Compositor: Jaques Derrida
Para o conceito de suplemento
Que aqui determina aquele da imagem representativa
Mantém em si duas significações
Cuja coabitação é tanto estranha quanto necessária.
O suplemento adiciona a si mesmo, é um exagero
Uma plenitude enriquecendo outra plenitude
A mais cheia medida de presença.
Mas o suplemento suplementa
Ele adiciona apenas para substituir.
Ele intervém ou se insinua no-lugar-de
Se ele se encaixa, é como se preenchesse um vazio
Se ele representa e constrói uma imagem
É pelo padrão anterior de uma presença
O signo é sempre o suplemento da coisa em si
O suplemento sempre será
O movimento da língua ou o ato
Por meio das mãos de outros.
Nele, tudo se junta:
Progresso como a possibilidade de perversão
Regresso em direção a um mal
Que não é natural e que adere
Ao poder de substituição que nos permite
Nos abster e agir por protocolo
Por representação
Por meio das mãos de outros
Por meio do escrito
Essa substituição sempre tem a forma de um signo
O escândalo é que o signo, a imagem
Ou o representador, une forças
E faz o mundo girar
Cegueira ao suplemento é a lei.
Nós devemos começar 'onde quer que estejamos'
E a ideia do rastro
Que não pode não levar o cheiro em conta
Já nos ensinou que era impossível
Justificar um ponto de partida em absoluto.
'Onde quer que estejamos': em um texto
Em que nós já acreditamos estar